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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Esperança!


Sem querer ser chato, mas acho que devo compartilhar com vocês algo que me chama atenção ultimamente:

Sempre tive a convicção de que o ato de dar esmolas, embora fosse um ato de comiseração, não constituía a melhor conduta a se ter com os necessitados. Em nossa casa, a ordem sempre foi a seguinte: não atender a qualquer pessoa que bata em nossa porta a não ser que nos chame pelo nome.

Assim foi feito pelos últimos quatro anos. Sentia que, assim, estaria “matando dois coelhos com uma só cajadada”: estaria desestimulando os pedintes a pedir esmolas e os impelindo a perquirir formas alternativas de alcançar o sustento e, estaria livre das amolações, pois, efetivamente, é muito incômodo ficar recebendo esse tipo de pedido a toda hora.

Ultimamente, contudo, mudei, não de forma radical, a minha visão, pois continuo não dando esmola em dinheiro. Evoluí, e percebi que, embora esteja certo quando professo o entendimento de que a esmola não ajuda a elevar a auto-estima do necessitado, apenas o acomoda, e que eu, sendo apenas um, ao dar esmolas não estaria contribuindo para resolver os problemas oriundos da miséria que nos cerca; não posso me esquivar do fato de que, muitas vezes, o ato de dar esmola, pode ir além do mero donativo, pois, se você o fizer, de forma absolutamente altruísta, e desejar, profundamente que aquela ajuda contribua para que aquela pessoa não perca a esperança, então essa fagulha pode, sim, auxiliar no aumento da auto-estima do pedinte.

Pondo em prática isso, agora, quando faço compras, separo alguns produtos que servem como donativo àqueles que batem à minha porta (especialmente durante o horário das refeições)

Mas o que me incentivou definitivamente a compartilhar com vocês essa nova conduta foi um fato concreto: estávamos eu, Amojinho e nosso herói no supermercado, quando fui abordado por um garoto de mais ou menos 9 anos. Ele pediu que eu o ajudasse a comprar um pacote de bombons para que pudesse vendê-los. Sem pestanejar, disse que sim, e o que vi, naquele momento, nos olhos do menino, foi não apenas uma fagulha, mas sim, uma verdadeira explosão de alegria e esperança; uma energia tão boa que penetrou em mim de forma avassaladora, e me ajudou a concluir que JAMAIS DEVEMOS NOS ESCONDER DO DEVER DE PRATICAR O BEM, PRINCIPALMENTE QUANDO PODEMOS FAZÊ-LO.

Que a esperança jamais morra nos corações de todos. Até a próxima!

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