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terça-feira, 26 de abril de 2011

Homenagem a um galinho verde



A família, entendam, não se compõe apenas de pai, mãe e filhos. Ela é construída no dia-a-dia, por meio da vivência das mais diversas experiências.

Nosso grupo familiar, vejam só; antes do nascimento do Chiquito, era composto por mim, Amojinho e Zezinho (um pscitacídeo que convive conosco desde o início do casamento, em 2006, e que salvamos da morte certa ao retirá-lo das mãos de uma pessoa que não tem a menor afinidade com tal gênero de pássaro).

O Zezinho, durante o início de nosso casamento, fez as vezes de um filho. Tinha direitos bem exdrúxulos para um pássaro, tais como: acompanhamento por veterinária; direito a nos acordar em nossa cama e brincar de acampamento sob os lençois, com ar condicionado e tudo o mais; assistir TV na rede; gaiola para levá-lo na casa dos avós aos domingos,..., enfim, era o "bam bam bam" do pedaço.

Quando soubemos que Chiquito seria adicionado à família, tivemos que agir de outra forma com o Zé, uma vez que, por orientação de dois médicos diferentes, não poderíamos deixar margem para uma contaminação, em primeiro momento, do feto, por toxoplasmose, o que poderia gerar mal formação fetal, e em um segundo momento, após o nascimento e até pelo menos o primeiro ano de vida da criança, posto que o cérebro do ser humano é formado de forma definitiva até por volta dos doze meses.

O contato com o Zezinho, desde então, tem sido o mais cuidadoso possível: ao Chiquito não é permitida uma aproximação que não seja visual; as mordomias do Zezinho foram suspensas e após termos contato físico com ele, sempre nos lavamos com água e sabão. Cuidados necessários para o bem do Chiquito.

Hoje, quase dois anos depois, e com o Chiquito já tendo dez meses, estamos muito próximos do fim da quarentena do Zezinho.

Foi um período muito difícil pra todos, mas principalmente para o Zé, que em muitas ocasiões, parecia perguntar o motivo de tal afastamento. Muitas vezes, roguei para que ele pudesse adaptar-se, e isso, a duras penas, aconteceu.

Aparentemente, o Zezinho compreendeu sua nova posição dentro da hierarquia familiar, e isso nos prova que até os bichos quando amados e respeitados, têm senso coletivo.

Agradeço ao Pai todos os dias por nossa família, e hoje, em especial, homenageio a esse sobrevivente, que mesmo não sendo gente, não se furta ao direito de amar!

OBRIGADO ZEZINHO, POR FAZER PARTE DE NOSSO TIME!

domingo, 17 de abril de 2011

Sonhar,...sonhar, ... e sonhar!


Nunca almejei um dia ser pai (esse assunto, inclusive, sempre me fez alvo de críticas e polêmicas, mas, quanto a tais aspectos, discorrerei posteriormente, com a merecida contundência que o tema requer); mas ao alcançar o mínimo equilíbrio emocional e financeiro, não podia ser egoísta a ponto de impedir que o sonho de ser mãe que Amojinho acalentava, ainda que de forma contida, fosse exercido.


Assim sendo, após dois anos de casados e de outros dez anos como casal, resolvemos planejar o nascimento do herdeiro. Em 2008, não me lembro ao certo em que época, em consenso, deixamos a "pílula" de lado. O objetivo, não era visar a um filho, mas sim, pôr a questão nas mãos do divino - essa falta de pressão entre nós para ter um filho, creio eu, propiciou o sucesso de nossa empreitada, e falo isso como dica aos casais que fazem dessa bandeira uma condição de existência que, quando frustrada, acaba trazendo mágoas e frustrações - de forma que, se viesse seria amado e respeitado com todas as nossas forças; se não viesse, seria a vontade divina e, como já éramos muito felizes, continuaríamos a sê-lo.


Assim, pouco mais de onze meses após iniciarmos a execução de nossos planos, no dia 5 de novembro de 2009, no aniversário do Archie (meu intrépido sobrinho), lá no Clube dos Advogados, Amojinho, que foi à festa depois de mim, posto que aos sábados tinha aulas de especialização, chegou mais ou menos às 13:30Hs, toda linda, com seus óculos escuros escondendo a apreensão e me disse exatamente assim, após um beijo trêmulo:


- Amojinho (eu também tenho essa alcunha),..., eu tenho uma coisa pra lhe contar!


- Fale Amojinho, "busquê voshê istá ashim cholosa"?


- Eu acho que tô grávida!


Antes que ela pudesse chorar, dei uma risada, ..., discreta; mas confiante; satisfeita, além de um longo abraço/beijo para tranquilizá-la.


Ao nosso redor, a festa deixou de ter importância, e passamos a sonhar,..., sonhar,... e sonhar!


quinta-feira, 14 de abril de 2011

Romeu e Julieta

Depois que o Francisco começou a comer, tudo que vê, quer também. Vou contar  última dele: seu pai estava comendo goiabada com queijo ( o famoso Romeu e Julieta), e do seu jeitinho começou a pedir: da, da, da dada... e só parou depois que ele provou a goiabada,  a carinha que ele fez, não foi a das melhores, já que seria a primeira vez que estaria comendo daquilo, o que ele fez, colocou pra fora da boca, e insistentimente pediu novamente, mas agora ele queria o queijo, seus olhinhos brilhavam, novamente, o pai colocou na boca para que sentisse o sabor, a reação não foi diferente da goiabada. Começamos a rir, ele não gostou muito da nossa reação, porque começou a chorar, acabei carregando- o no colo para acalentar e depois fomos brincar com seus brinquedos.

sábado, 9 de abril de 2011

Primeiros dentinhos

 Francisco começou a babar muito, até então como pais de primeira viagem, não sabíamos o que realmente era, se era sede ou se já eram os primeiros dentinhos que já estavam saindo, foi uma felicidade só. Percebemos que além da “baba” excessiva, fica sempre com os dedos na boca, quando coloco a chupeta na sua boca, ele pega e fica esfregando-a na gengiva. Penso que deve coçar muito.
Começamos então a nos preocupar com a limpeza dos dentinhos, coisa que acabamos não fazendo antes dos dentes nascerem, então tivemos que comprar uma escova de dente de silicone. É higiênica, fácil de manusear na boca do bebê, é macia- Gosto muito.
Podemos ver abaixo aproximadamente a cronologia da dentição infantil
9 a 10 meses: incisivos centrais superiores.
10 a 11 meses: incisivos laterais superiores.
11 a 12 meses: incisivos laterais inferiores.
12 a 14 meses: caninos inferiores e superiores.

14 a 24 meses: primeiros e segundos molares inferiores e superiores.
 O que é bom dessa escova da KUKA, é que ela já vem com a capa de proteção.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

No dia que você nasceu...


...acordamos por volta das 04:00Hs, afinal, a Dra. Áurea Lustosa recomendou que fôssemos cedo à Beneficiente Portuguesa visto que era comum a dificuldade de conseguir leitos. De fato, o pessoal do hospital não queria colaborar logo "de cara", mas, enfim, resolvidos os entraves, já lá pelas 07:00Hs, você foi, junto com sua mãe, para a sala de parto esperar pela obstetra.


Eu e sua Avó ficamos vendo aquela cena: Amojinho (sua mãe) entrando na sala de parto, como uma resignada guerreira que vai para uma batalha onde os resultados são imprevisíveis e, por isso, mesmo, cheia de medos, mas também, plena de esperança que o fruto dessa batalha seria o maior dos prêmios.


Eu e sua Avó ficamos então a esperar o final dessa novela que já se estendia há mais de oito meses e que, curiosamente, o ator principal somente apareceria no último capítulo. Ao olhar pra rua, pela janela, pude observar, com a certeza dos bons combatentes, o despertar da cidade, cuja luz do Sol, ao incidir nas ruas e carros, aparentava uma atmosfera toda especial, afinal, nada seria como antes.


Por volta de 08:30Hs, chega a Dra. Áurea, que nos cumprimenta e, rapidamente, entra no Centro Cirúrgico... a sorte estava lançada!


Às 09:30Hs, entrei na sala de parto como observador. De arma, digo, de máquinas filmadora e fotográfica em punho, pús-me a assistir o sangrento confronto cujo objetivo era trazê-lo até nós. Você chegou exatamente às 09:50Hs daquele 24 de junho; dia de São João, dia em que a Itália, então campeã mundial de futebol, foi eliminada da Copa, ..., dia em que nossas vidas foram alvejadas por um bólido chamado Amor, ou melhor, chamado Chiquito.


Amojinho, ainda combalida pela batalha, expressou sua felicidade com um sorriso típico daqueles que cumpriram seu dever com louvor. Então, a deixei nas boas mãos da Dra. Áurea para que as cicatrizes da batalha fossem costuradas.


Controlado que estava, entrei em estado de êxtase, comparável somente ao Tetra Campeonato do Brasil em 94 e às vitórias do Papão na Copa dos Campeões de 2000 e sobre o Boca Jrs. em 2001. Acompanhei sua primeira inspeção médica, feita por uma plantonista super simpática e, logo em seguida, a glória, pois o coloquei em meus braços pela primeira vez, e com passos determinados fui até o corredor mostrá-lo ao seu dindinho e Avó. Tinha nos braços o meu mais novo e importante companheiro de jornada!


No próximo post continuo essa narrativa. Até lá!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

De folga no colo da Mamãe

Curtindo o presentinho do papai.

"Nota Introdutória"

Amigos:

Nessa primeira postagem que faço no "Chiquitoesteveaqui!", devo dizer primeiramente que o objetivo desse espaço virtual é de que o mesmo sirva como um documento perene sobre os passos dados pelo Chiquito nessa orbe perdida no espaço e ancorada a uma estrela de quinta grandeza, na periferia da Via Láctea.

O nome do Blog é uma alusão à célebre tradição dos naúfragos ou perdidos, que quando passam por um local deserto, de difícil acesso ou pouco conhecido, decidem apor sua marca com a inscrição: "Fulano esteve aqui". Assim, considerando que todos somos como náufragos nesse mundo de Meu Deus, achamos adequado o nome "Chiquitoesteveaqui".

Dito isso, semanalmente, darei minha contribuição para a formação desse registro, com a narração de fatos da vida de meu filho, bem como com impressões/informações/dicas sobre o mundo infantil e o ponto de vista paterno sobre tais questões.