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segunda-feira, 4 de julho de 2011

(Vovô + Vovó) = Amor






Nós (meninos), quando somos adolescentes, sempre temos um colega que sofre com a pecha de "avovozado". Na nossa linguagem de macho imberbe, queremos dizer, de forma eufemística, que se trata de um garoto mimado e com sérias tendências homossexuais, o que certamente o torna alvo preferencial das, afirmo aqui, de forma veemente, saudáveis brincadeiras que ajudam os meninos a tornarem-se homens.






Atualmente, a patrulha puritana/demagoga (no sentido mais jocoso possível) do "politicamente correto", quer nos impedir de ser-mos nós mesmos, de modo que até inventaram um nome pra o que alguns psicólogos charmosamente chamam de bullying. Esse, contudo, não é o tema central desse post, mas abrindo um pequeno comentário sobre o tema, eu praticava e era "vítima" do que hoje é tido como uma doença social (me chamavam de caveira, pois eu era igual um esqueletinho, quatro olhos, cabecinha, ect. et. al.), e isso me ajudou a conviver com as críticas, aguentando-as quando eu as achava muito pesadas, bem como apurando em mim a preciosa qualidade de saber o limite até onde eu podia brincar com meus coleguinhas. Assim sendo, somente posso agradecer por tão enriquecedoras experiências.




Bem, voltemos então a questão do "avovozado". Se o amor dos pais é imenso, eu não sei bem o que dizer do amor dos avós.




Nesse departamento, os pais se vêem frequentemente em "xeque", uma vez que os avós, é verdade, cedem quase sempre às vontades dos pequenos. Trata-se, pois, de um amor absolutamente puro, desmedido e de certa forma desesperado. Sou um homem melhor porque tive meus avós sempre presentes, hoje, somente minha querida Vó Lisabel me lembra ao vivo da felicidade que é poder tê-la, mas a saudade sempre bate forte quando o assunto é os outros três, que já partiram e que deixaram uma lacuna cheia de flores em meu coração.




Raimundo, o avô paterno, partiu quando eu tinha um mês de vida. Zilda, avó paterna, quando já não falava e, dois dias antes de falecer, quando ouviu minha voz ao telefone, exclamou exultante o meu nome, num esforço que só a força do amor é capaz de explicar. Francisco, que serve de inspiração pro nome do meu filhote, foi um homem extraordinário, uma vez que seu enorme coração possibilitava que ele realizasse façanhas aparentemente impossíveis, como alimentar mais de uma dezena de filhos e netos com um salário minúsculo.




Por isso, Chiquito, meu filho, quando você ler esse registro de seu pai, lembre que além dele, outros conspiraram, por amor, e somente por amor, para que você pudesse existir. O pedido que lhe faço é que sempre lembre deles como faróis no meio da tormenta. Lhe contarei muito ainda sobre cada um deles, e espero que os seus avós (de quem falerei oportunamente) também possam ainda lhe mostrar as coisas da vida, do homem e de Deus!




Beijo filhão. Teu papai te ama!













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