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sexta-feira, 8 de abril de 2011

No dia que você nasceu...


...acordamos por volta das 04:00Hs, afinal, a Dra. Áurea Lustosa recomendou que fôssemos cedo à Beneficiente Portuguesa visto que era comum a dificuldade de conseguir leitos. De fato, o pessoal do hospital não queria colaborar logo "de cara", mas, enfim, resolvidos os entraves, já lá pelas 07:00Hs, você foi, junto com sua mãe, para a sala de parto esperar pela obstetra.


Eu e sua Avó ficamos vendo aquela cena: Amojinho (sua mãe) entrando na sala de parto, como uma resignada guerreira que vai para uma batalha onde os resultados são imprevisíveis e, por isso, mesmo, cheia de medos, mas também, plena de esperança que o fruto dessa batalha seria o maior dos prêmios.


Eu e sua Avó ficamos então a esperar o final dessa novela que já se estendia há mais de oito meses e que, curiosamente, o ator principal somente apareceria no último capítulo. Ao olhar pra rua, pela janela, pude observar, com a certeza dos bons combatentes, o despertar da cidade, cuja luz do Sol, ao incidir nas ruas e carros, aparentava uma atmosfera toda especial, afinal, nada seria como antes.


Por volta de 08:30Hs, chega a Dra. Áurea, que nos cumprimenta e, rapidamente, entra no Centro Cirúrgico... a sorte estava lançada!


Às 09:30Hs, entrei na sala de parto como observador. De arma, digo, de máquinas filmadora e fotográfica em punho, pús-me a assistir o sangrento confronto cujo objetivo era trazê-lo até nós. Você chegou exatamente às 09:50Hs daquele 24 de junho; dia de São João, dia em que a Itália, então campeã mundial de futebol, foi eliminada da Copa, ..., dia em que nossas vidas foram alvejadas por um bólido chamado Amor, ou melhor, chamado Chiquito.


Amojinho, ainda combalida pela batalha, expressou sua felicidade com um sorriso típico daqueles que cumpriram seu dever com louvor. Então, a deixei nas boas mãos da Dra. Áurea para que as cicatrizes da batalha fossem costuradas.


Controlado que estava, entrei em estado de êxtase, comparável somente ao Tetra Campeonato do Brasil em 94 e às vitórias do Papão na Copa dos Campeões de 2000 e sobre o Boca Jrs. em 2001. Acompanhei sua primeira inspeção médica, feita por uma plantonista super simpática e, logo em seguida, a glória, pois o coloquei em meus braços pela primeira vez, e com passos determinados fui até o corredor mostrá-lo ao seu dindinho e Avó. Tinha nos braços o meu mais novo e importante companheiro de jornada!


No próximo post continuo essa narrativa. Até lá!

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